23 de jun. de 2011

AVALIAR É COLHER E ACOLHER


AVALIAR É ACOLHER
Warlen Fernandes Soares Maques

INTRODUÇÃO
         Refletir sobre a avaliação tem se tornado uma prática constante no contexto educacional. Contudo muitas nuances permeiam esta prática e a distanciam de seu ato de acolher o aluno frente ao novo. Será na intenção de dialogar com o leitor sobre as práticas avaliativas que apresento este artigo.

Avaliar: Colher, acolher, aconchegar...
O presente texto é fruto de uma reflexão acerca da maneira como o processo de avaliação da aprendizagem ocorre em nosso sistema de ensino.
         Entendemos que o ato de avaliar seja um ato de acolhida. Acolher o aluno no momento de suas necessidades individuais e coletivas. Não deveria estar associado a práticas coercitivas e/ou punitivas.
         Percebemos que o ato de avaliar é muitas vezes utilizado como uma ferramenta que indica muito mais o que o aluno não aprendeu do que visualiza o processo que a criança traça para chegar às suas conclusões – este sim seria um caminho para uma avaliação constitutiva do saber -.
         A avaliação tal qual se apresenta mexe com a auto-estima do aluno. A auto-estima é um sentimento de percepção de si e um querer-se bem, e em uma linguagem mais apropriada está ligada à forma como o aluno se percebe e é percebido pelo grupo.
         Se avaliar é acolher, devo despertar em meu aluno o olhar positivo que ele tem para consigo. Não há receitas de como fazê-lo, mas certamente inúmeros relatos de como não realizá-lo. Basta ouvir as nossas crianças e perguntar-lhes com ouvidos que quer realmente ouvir, escutar.

Acolher, ver o aluno e ver-se.
         Repare-se que muitos estudos reportam-se a prática de uma avaliação formativa e esse tema está deveras debatido. Contudo, ainda há um hiato entre teoria e prática.
         A avaliação deverá ser o feedback entre a prática de ensino e de aprendizagem. Mas será que o professor se avalia ao avaliar?
         Reporto-me a transparência que toda avaliação deve conter. A começar por critérios claros (independente da área de ensino) e pela integração entre o que o aluno já sabe e aquilo que ele poderá aprender, apreender.
         Atualmente, muitas escolas têm adotado o portifólio como prática de avaliação alternativa. Será mediante a reflexão de seu processo de construção que alunos e professores poderão refletir.  De onde o aluno partiu e aonde ele chegou... aonde o professor inferiu de forma significativa?
         O portifólio, também conhecido em muitas escolas e apresentado aos pais como o livro da vida escolar da criança, é uma coleção organizada dos alunos por eles próprios ou pelo educador durante um determinado período, cujo objetivo é possibilitar uma visão ampla para professor, aluno e pais sobre o desenvolvimento do aluno. Não se trata de um modelo ou formulário, mas de um processo a ser dialogado entre as partes.
         A avaliação entendida como ato de acolher requer um olhar sem preconceitos, um dinamismo na prática docente e uma profunda vontade de efetivar uma prática que leve à transformação de conteúdos curriculares à ações vivificadas.
         Enfim, a escola deverá aproveitar melhor os seus espaços para que discussões acerca da avaliação sejam cada vez mais profícuas tendo em vista: quem avaliamos, para que avaliamos, como avaliamos, em que condições e finalmente, para que avaliamos.

Considerações Finais
         Busquei com este breve texto uma reflexão sobre o ato de avaliar como um momento de crescimento para professores e alunos. Os estudos na área apontam que há muitas maneiras tradicionais e inovadoras que se tratar a avaliação. Não me detive a ilustrar sobre elas, mas sinalizar que um diálogo entre o dito e o efetivado carece reflexões.
         Transformar a prática de avaliação é sinônimo de questionar a educação, o Projeto Político-Pedagógico, os planos de cursos, as aulas enfim.
         Sejamos, enquanto educadores, transgressores da prática dicotomizada imposta. Vislumbremos o belo em nosso fazer. Que a proposta e a aposta maior seja em nosso aluno enquanto ser infinitamente capaz de aprender e apreender.


Um comentário:

  1. excelente texto sobre a avaliação , mostra a importância da avaliação quanto uma ferramenta da aprendizagem!

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