2 de mai. de 2012

ATPC ON LINE- 03/05/2012

 VALORES
Fui criado com princípios morais comuns:
Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades… Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.
Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças. O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser… Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?
Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”. E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero ter de volta o meu mundo simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. Vamos voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?… Precisamos tentar… Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!”. Arnaldo Jabor
Atividades: 
Após leitura do texto, relatem como foi a sua educação. 
Aguardo as colaborações 
PC Mara 

8 comentários:

  1. Profª Maria Luiza
    A minha criação foi muito severa,digo que fui educada com o olhar.Quando meus pais olhavam para nós de um jeito diferente, já sabíamos que tínhamos feito algo errado.
    Não sou a favor desta educação severa que tive, até porque nos dias de hoje não há mais espaço para a mesma.
    Mas concordo com o texto quando diz que tínhamos limites, sabíamos acatar o "não", o que não acontece hoje.Os pais tinham mais tempo para passar valores para os filhos.
    Não havia o consumismo, o modismo ou seja a mídia não entrava tão liberada nas nossas casas.
    Vejo a liberdade hoje muito permissiva contribuindo negativamente para a educação no âmbito familiar.

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  2. A educação do passado (da minha geração), sem dúvida alguma, sobrepassa as atuais, no quadrante positivo, em todos os sentidos. Fundamentalmente, àquela época, as estruturas familiares eram opostas as de hoje, pois os valores e conceitos, no que tange à ética, postura, caráter, princípios e tantos outros atributos que delineiam a formação educacional, eram postulados e vivenciados com sólidos exemplos, de pais para filhos. Houve, nessas últimas décadas, uma gigantesca inversão de valores. Partindo do princípio de que “tudo é normal, tudo pode”, vemos e convivemos com uma triste e decadente realidade, que os valores fundamentais para a formação do indivíduo, tornaram-se obsoletos e ultrapassados, havendo a prevalência de “valores” totalmente inversos, de uma “educação” (salvo raríssimos exemplos) que tende, cada vez mais, ficar caótica. Não obstante, foi criado o ECA um gigantesco retrocesso nesse país, que sintetiza uma “proteção” a todo e qualquer tipo de marginalidade, delito, etc,. A educação de outrora, deixa saudades, assim como, suas gerações.

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  3. Em casa, somos em cinco irmãs, as três mais velhas tiveram uma vida mais difícil, pois meus pais com pouco estudo que tinham, não conseguiam trabalho de boa remuneração, mas mesmo diante dessa dificuldade nunca deixaram faltar nada dentro de casa. Minha mãe conta que na época das minhas irmãs mais velhas, uma tinha que aproveitar a roupa, os brinquedos, mochilas e assim por dia. Quando eu nasci e logo em seguida minha irmã caçula, meu pai já era metalúrgico de fabrica e ganhava um pouco mais. Minha mãe deixou de trabalhar como empregada domestica e passou a dedicar somente aos filhos. Meu pai não foi um pai muito presente na nossa infância, pois sempre estava trabalhando pra dar o melhor para nós. Lembro- me que fim de ano era sempre uma festa, pois ele sempre nos levava ao centro da cidade pra comprar roupas, presentes... Todo mês ganhávamos mesada e se tirávamos nota boa, também tínhamos um agradinho. Sempre quando acordávamos, tinha guloseimas trazidas pelo meu pai. Os filhos foram crescendo e eles sempre diziam, não tivemos oportunidade de estudar, mas quero dar essa oportunidade para todos os meus filhos e assim fizeram. Hoje, apenas uma irmã não tem formação superior, mas por opção. Olhando para trás sinto orgulho dos meus pais, pois dentro da “possibilidade” nunca deixaram nos faltar nada.

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    1. Poderia falar de muitos outros valores... mas quando li esse texto, lembrei da minha infância, só dela, das minhas irmãs e nada mais

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  4. Professores, muito bom os depoimentos.Realmente mudou tudo,a estrutura familiar mudou. Sabemos que a escola não acompanha estas mudanças, e com isso a dificuldade que muitos de nós temos em lidar com tantos avanços tecnológicos, tanta liberação de tudo.E haja estratégias para que nós professores e gestores possamos interagir com esta geração oriundos de tantas mudanças.
    Mas devagar estamos caminhando, vejo muitos colegas engajados nestas mudanças e dando as suas aulas de forma interativa com os alunos.Motivando os mesmos, fazendo com que eles sintam-se importantes no processo e com isto atingindo os principais objetivos que é a aprendizagem dos alunos.
    Muito grata
    PC Mara

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  5. Como educadora, me veio á lembrança o início da minha aprendizagem que posso dividi-la em duas etapas, minha alfabetização e o meu letramento. O segundo teve como personagem principal a figura de meu avô que me criou, havia estudado até a 4ª série, porém tinha um vocabulário vasto, um conhecimento de mundo incrível e uma sabedoria imensa. Foi com ele que descobri as primeiras palavras, foi ele que significava para mim a importância do domínio das letras e sem saber contextualizava tudo em minha volta, falava-me que quando eu quisesse voltar para casa era só lembrar daqueles símbolos, "Eugênio de Melo"(bairro onde morávamos), dizia também para lembrarmos dos símbolos 140, (nº de nossa casa) e que utilizando este conhecimento não nos perderíamos e se isso acontecesse voltaríamos facilmente. Esta era a educação que recebíamos antigamente, não vinha de amigos "descolados", mas vinha daqueles que mais respeitávamos, nossos avós, que também eram as pessoas que nossos pais mais respeitavam e esses eram os primeiros a nos ensinar a importância do respeito ao próximo, começando pelos mais próximos, nossa família.
    Saudades... Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.

    Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando ouço uma voz, quando me lembro do passado, sinto saudades... Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... Sinto saudades dos que se foram e de quem eu não me despedi direto. Daqueles que não tiveram como me dizer adeus... Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade. Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...não sei onde...para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi.
    Clarisse Lispector.
    Já de minha alfabetização falo em outra oportunidade.

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  6. Professores:
    Emocionantes todos os depoimentos,falar da minha criação,Ah... que saudade da minha mãezinha, que nos levava até a metade do caminho, quando íamos pra escola, e ficava olhando de longe..., do meu pai, severo como a professora disse acima eu também fui educada com o olhar,saudade de quem nos orientou, ensinou valores que jamais esquecerei, aprendi que caráter não se aprende, se tem....
    Muito grata
    bjs
    Mara

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  7. Valores, o que é isso hoje? é ter e não ser, é comprar? como mudou os valores. Realmente a minha criação foi baseada em princípios, valores, respeito, e hoje? em que está baseada? talves no consumo, e isso justifica tudo que o adolescente faz sem limites para viver ele pensa que pode tudo, e se frusta ainda mais quando percebe que foi enganado,por essa mídia que diz que tudo é fácil. Então nos deparamos com adultos doentes, frustados sem perspectiva de vida, pois não sabe lidar com os não da vida. isso me deixa muito triste, e cada vez mais valorizo a minha educação onde me proporcionou aprender a lidar com as decepções e sair delas com sabedoria.Obrigado meus pais!!!!!! Vilma

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